quinta-feira, 22 de maio de 2008

"Uêbêr-uêbêr..."



Algumas coisas só amargam se tentamos engoli-las. E todas as vezes que não deixamos as coisas explodirem, implodimos. Essa é uma certeza que carrego comigo. O difícil é ter coragem de assumir que queremos estrangular aquela colega de trabalho que sempre tenta puxar o nosso tapete ou mesmo dá uns tapas naquele professor de mestrado que passou o ano inteiro dificultando as coisas pra você.


Da mesma forma que o ser humano foi feito para adaptar-se a mudanças, ele as teme. Qualquer mudança assusta. Só que isso não significa que elas não sejam providenciais. Não vou nem dizer boas, porque isso é difícil de enxergar durante o processo. Nunca enxergamos. As idéias só são esclarecidas quando a poeira baixa, o tempo age e o que era novo vira fonte de reavaliação dos nossos atos.


O incrível é que sempre reclamamos quando a vida cai na rotina. Buscamos por emoção. De repente nos pegamos querendo que algumas coisas não mudassem nunca.


Eu também queria que algumas coisas não mudassem. Gostaria que a minha pele continuasse a mesma dos 14, que eu chegasse aos 75 com a mesma mobilidade corporal dos 20 e que as pessoas que eu amo vivessem tanto quanto eu. Mas preciso das rugas. Preciso da rigidez nos ossos. Preciso perder as pessoas que amo. Quer pra morte, quer pro tempo, quer pra distância. Tudo isso ensina. E desconfio que essa seja uma das nossas razões de existir: aprender.


Toda experiência é satisfatória se mesmo com sofrimento te ensinar um pouco mais sobre você, sobre a vida ou sobre como ser/viver melhor.

4 comentários:

Anônimo disse...

O momento presente parece sempre mais difícil, mesmo que ele não o seja de fato.

diamaiscedo disse...

Eu, concordo plenamente qdo coloca o aprendizado como uma das razões de nossa existência.
E como, vc, me ensina.

Anônimo disse...

Pra falar a verdade eu não concordo com nem metade. Mas concordo. Entende?

Bruna Lemos disse...

Tu és brilhante.
E comento esse texto para falar de todos os outros.

Parabéns!