quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mais do que palavras, atitude.

No dia de hoje fez sol, contrapondo o conceito costumeiro de que é sempre o sol que faz o dia, mesmo quando escondido atrás das nuvens. Hoje as horas passaram devagar para que eu pudesse deleitar o fel e o mel da angústia de te ver. O meu dia parece que só existiu para você. Acordei pra te ver e vou dormir pensando em ti. Os segundos que não estive ao teu lado, me preparei para os que eu estaria. E quando estive, adivinhe! Eu não estava preparada. Apesar de não ter verdadeiramente planejado nada, eu quis que desse tudo certo. E deu. Sem ensaios, sem planos... Contigo é tudo sempre natural e exatamente bom por isso. Tento manter-me serena, racional e tudo que consigo é ansiar pelo teu abraço. Teu braço. Tua mão, que seja. Só pra tocar a minha e provar que não estou sonhando, que é real e que você é meu. Ainda que não no social, mas de sentimento. E eu só estou esperando que você me deixe ser sua também.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Intimidade

Há dias em que a da Mata me entende. Outros só a Marisa. Oscilo entre a Aninha e o Chico vezenquando. Gosto da Mercury, da Sangalo, mas gamo mesmo é na batida da Marrom. E estaria mentindo se dissesse que nunca repenso a vida com a Sandy e o Bruno&Marrone. Mas é num dia como o de hoje, porém, que apenas o Dja me entende...





" Vou andar, vou voar, pra ver o mundo. Nem que eu bebesse o mar encheria o que eu tenho de fundo".





quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Os se's da nossa vida

Gustavo era o tipo de cara que qualquer mulher inteligente tenta evitar quando procura um namorado. A cara de santo, o corpo do pecado, mulherengo, engraçado e o pior, cheio de lábia. Isso mesmo, lábia. Aquela conversa no pé-de-ouvido com a voz branda - e nem por isso menos grossa - que faz as tuas pernas vacilarem por um instante de tão bambas e te faz esquecer daquele conselho sábio que o papai ensinou sobre não cair na conversa de qualquer malandro.


Ele tinha acabado de terminar o namoro com a melhor amiga da irmã dela. Ela escutava casos de amor nas horas vagas e prometia a si mesmo que não repetiria o erro das amigas. Era do tipo que ia sozinha ao cinema, rachava a conta nos encontros, pegava praia nos finais de semana e dava satisfações apenas pros coroas.


Júlia seria mais um troféu se Gustavo não tivesse se apaixonado pela sua espontaneidade. E essa teria sido uma bonita história de amor se Júlia fosse surda ou não tivesse horas vagas.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Use-se

Vira-e-mexe escutamos histórias de amor onde um dos envolvidos foi usado. Inconformados por sentirem-se descartáveis como objetos sem valor. Mas que valor? Todo mundo usa todo mundo o tempo todo, seja para conseguir o que quer ou para passar o tempo. Cá aqui com os meus botões percebi que sempre que somos usados, alguma espécie de consentimento a gente deu. E por experiência própria vos digo que quando somos muito usados é porque pouco uso estamos fazendo de nós mesmo.

Use-se. Reconheça a si próprio como uma fonte de prazer. Cante sem medo de errar a letra, dance sem medo de estar fora do ritmo, diga o que pensas mesmo que ninguém concorde com isso. Abra uma coca-cola bem gelada e uma vez no ano, pelo menos, coma uma barra de chocolate sozinho. Sorria sem medo de mostrar os dentes - mas cuide deles. Não negligencie a sua vontade.

Use-se para subir na vida. Use sua simpatia para convencer os outros e os seus neurônios para todo o resto. Use esse coração que teima em pedir férias não remuneradas do amor, por medo de sofrer. Use-o, ora bolas! Não fique protegendo-se de frustrações só porque o seu grande amor da semana passada não deu certo.

Use-se para conseguir um picolé de graça, para fazer novos amigos, use seus ouvidos para ouvir boa música e os olhos para ver além da casca. Use-se muito, todos os dias. Se você não o fizer, algum engraçadinho o fará.


(Adaptação do texto de Martha Medeiros)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Receita pessoal de simplicidade e equilíbrio

Permitir-me. Dizer sim as minhas vontades, as minhas prioridades, aos meus amores, aos meus anseios, aos meus sonhos. Ponderar quando necessário, claro, até porque seria impossível livrar-me dessa característica libriana. Mas não fazer disso um empecilho para a felicidade, afinal, não é "não vivendo" que eu vou garantir algum êxito. Posso viver uma vida evitando fracassos, mas pagarei o preço de nunca poder triunfar. Correr riscos, mas assumir responsabilidades. Tentar ser a mais coerente possível com o meu interior. Fazer da Verdade uma demonstração de apreço e não uma arma afiada prestes a machucar alguém. Saborear o espetáculo e se distrair quando o ator esquecer a fala. Dar mais descontos. Levar a vida a sério sem ser séria por isso, mantendo o bom humor. Não deixar que as pessoas me coloquem em um altar, porque a cruz pode ser muito pesada. Não endeusar ninguém, nem deixar que façam isso comigo. Ser apenas uma pobre mortal, rica de muita vontade de viver.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Dúbia ligação

Você poderia determinar a semelhança entre família e o número 2? Ou a espessura da linha que se interpõe entre amores mal resolvidos e o morango? Isso é... Como conseguimos ligar assuntos aparentemente independentes em uma conversa descompromissada? Acho incrível a capacidade do ser humano de mudar de assunto seguindo a rapidez do raciocínio, onde uma vírgula mal empregada ou um mau cheiro na rua podem determinar o assunto seguinte.

Nas primeiras horas de 2008, comentava com um amigo as relações de amizade e de repente nos pegamos falando sobre a interação entre tecnologia e a situação ecológica mundial. E mesmo sendo incapaz de definir a lógica do trajeto que fizemos, lembro apenas que concordamos sobre o fato de que seria impossível abrir mão da tecnologia em prol da situação ecológica.

Está equivocado quem pensa que retornar aos tempos das cavernas irá garantir a continuidade da sociedade. Precisamos direcionar as pesquisas tecnológicas para formas de "consertar" os prejuízos causados pela nação ou, pelo menos, não intensificá-los (mais ou menos como nos projetos sustentáveis). Garanto que assim surgiriam mais adeptos a causa ecológica, afinal, qualquer ser humano gostaria de poder salvar o mundo, mas raros abririam mão do seu conforto pela causa ambiental. E não os condeno por isso, depois de anos pesquisando melhorias a solução é renunciar aos progressos e regredir?

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Sumo

Sumo porque em algumas épocas eu só consigo fazer besteira, fico muda quando deveria verbalizar, digo absurdo atrás de absurdo quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois. Sumo porque deixo de acreditar no futuro, apesar de saber que isso não é o mais difícil de lidar. Pior é quando não sinto o presente e o passado simplesmente já foi. Já era! Sumo porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde, mas atento, meio fajuto meio autêntico. Sumo porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é um risco e sapiência, onde quase sempre pareço desinteressada, mas sumi para estar para sempre. A saudade fará mais por nós que a sua desajeitada e irrefletida permanência.


adaptação do texto Sumi (Martha Medeiros)